PITACOS

Interditado, interdito em maldito;

Confesso confuso, conferências,

Assistências, vivências e todas as ocasiões,

Em que tudo mais vale

Ou se equivale no vale das emoções

Perdidas, atividades em tufões,

Inebriados, calados em cacos,

Em pitacos que explodem os corações.

Há tempestades de ideais

Há ideias jogadas no ar

Há um chute de bola parada

Há parada que não dá

Mas aqui, agora vou

Contando as belezas de me ligar.

Tudo ficou diferente

Em tudo que havia dito antes

Mesmo sem a resposta aos fatos

Fico feito gente sem cachorro no mato

Procurando o que não perdeu...

O grito foi alto demais

Perdi toda minha paz

E nada mais sei fazer,

Além de morrer de tristeza

Olhando debaixo da mesa

Amizade entre mim em você.

Onde quero chegar

É tudo um balaio de gatos

Pode ser à beira do mar

Ou, quem sabe, no meio do mato,

Aviltando o olhar oculto

Mesmo cheiro de insulto

Ainda busco um lugar à sombra,

Pois o sol tropical é muito quente.

Quais as relações inebriadas no seu

Que avultam o seu devido lugar

No olhar o mundo ao redor

De seu próprio umbigo

Em que, pese o perigo.

Ainda insiste a rotular

O (des)conhecido no mundo real

Encoberto no ocultismo idealizado

Pela ideologia dominante

Que arrebenta-nos o horizonte

Que havia dentro de nós?

A ideia é sempre essa

Não vou cortinar a realidade

Por mais que a eternidade

Se contemple na paisagem

O transitório é movimento

De quase tudo o que existe

Nessa praia deserta triste

Em mais um dia de verão

Onde tudo parece ser em vão...

O universo é bem maior

Que a “bundalização” da música

Que nada diz de importante

Além de banalizar o sexo

Em todos os cantos do País

Nos cantos entoados no canto

Que quebram o encanto

Da mais bela poesia...

Cabisbaixo, olhando por baixo,

As coisas como são de fato

Jogo meu mundo no mato

E volto destituído

De meu mundo construído

Sem a paisagem do lugar.

É estratégico, energético, fétido, fálico,

Em que tudo é nada ao mesmo tempo,

Mesmo jogado ao vento

Meu pensamento é completude

Na amplitude da imensidão

Que degusta cada ser

No ser da emoção

Da resistência existenciado na lida

Em que o tempo é o senhor

Das muralhas da vida

Impostos pelos campos de visão

Dialogados em atritos

Pelos bosques da emoção!

Tudo se torna nada

Na alvura do querer

Na sua imaginada estrada

Na seara do saber

Dizer a palavra meticulada,

Havida entre mim e você

Para que não possa ter nada

Contra o vosso perecer

Que se cristaliza na invernada

Que não poderia ser

Mas que é isto o ponto de vista

De quem escorrega na PISTA

Antes mesmo de morrer

De tanto sofrimento

Jogando as ideias ao vento

Em busca do saber

Que o deixa noite acordado

Sofrendo a dor, amargando,

Tentando entender

Como tudo foi arquitetado

Nesse novo alvorecer

Que estava tão bem,

No entanto, porém,

Tudo veio convalescer.

Agora quase tudo já foi dito

Não há outra explicação

Perdi a voz, perdi o trono,

Não tenho mais imaginação

Perdi também o meu lugar

Em um dia quente de verão

Dei um recado forte

Sobre minha insatisfação

Recebi punhados pela frente

E não tive reação

Tamanha indefesa do ato

Caí feito um pato

Na panela de pressão

Agora nem consigo dormir

Agora tenho tempos passantes

É um quase não existir

Olhando a figura do gigante

Que subiu no anão

E o afundaram meio controvérsias

Havidas na fala descoordenada

Pela emoção da oratória

Que nada poderia dizer

Mas que foi vexatória

Contada como vitória

Mas foi o seu triste morrer

Em cada pitaco,

Uma emoção escorria no olhar

O veneno era solto em medidas homeopáticas

E a minha simples matemática

Não foi capaz de computar

O tamanho da ofensa

Que veio em forma de doença

Manifestado no seu lugar.

A solidão invadiu-me a alma

Perdi toda minha calma

E minhas pupilas soltaram o olhar

Fixei meu pensamento numa resposta

Que eu poderia até perder a resposta

Mas poderia me manifestar.

O tempo não foi suficiente

Fiquei meio doente

Com o grilo na cabeça

Ainda tenho comigo a solidão

Invadindo meu coração

Antes de tudo acontecer.

A cabeça ainda está doendo

A solidão carregar-me por inteiro

É uma angústia remoendo

Por um golpe sorrateiro

Que me acertou por inteiro

E deixou-me em desespero...

Ainda não consegui levantar-me

Ainda estou combalido

É uma angústia a matar-me

E um sistema nervoso falido

Que já não sabe onde pisar

Nem olhar bem direito

Pois tudo perece estar no ar

Em um vulcão perfeito

Soltando as suas lavas

Arrebentando-me o peito.

As horas passam e eu fico

Sempre a mesma coisa pensando

Mas não tenho nenhuma conclusão

Só sei que estou em solidão

E com uma grande dor no peito

Por tudo aquilo dito

Em momento descabido

Mas que não há como voltar ao passado

Para refazer a trajetória

E mudar o fim da história.

Não sei se choro ou se sorrio

Ou se reclamo ou assobio

Ou se fico calado ou se falo;

Ainda bem que escrevo

Tudo o que sinto no peito

E isto já alivia um pouco

Tamanha dor carregada em mim

Por tudo o que acontecer...

Até parece que estou sendo trágico

Até que nem sei falar

Tem um pensamento matemático

Mas, sua lógica eu não sei decifrar,

E por isto estou lamentando tanto

Derramando tanto pranto

Que nem sei direito contar.

Agudização do olhar atento

Paixão externada no momento

Solidão vai-se com o vento

Emoção ainda busca, ainda tento,

Razão, meu grande intento,

Aberração, ah com ela me arrebento,

Civilização!

Um desalento?

Direção?

Não sei de nada,

Apenas tento!

Uberlândia - MG, 2011.

Esta poesia será publicada em um dos meus próximos livros: CAMINHOS E LABIRINTOS ainda este ano, se Deus quiser!

Abraços a todos!

Tenham todos uma excelente semana!

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 20/03/2017
Reeditado em 22/03/2017
Código do texto: T5946848
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