(Des)Construção

Não sei se fiquei mais frio

São poucas as coisas que me aquecem

Ou que me fazem querer aquecer

O amor ao frio se juntou ao costume

De sentir-se congelar

O gostar do frio

Ou de ter que me acostumar com a solidão

Não me torna indolente

A rachadura na confiança cega finalmente cobra seus dividendos

Fruto de uma dura auto-preservação

Regada a martelos e machados

Isso não me deixa desacreditado, mas entendo

Finalmente entendo sua linha de raciocínio

Do porque inicialmente me viu como ingenuo

Ainda tenho uma grande parcela disso

Mas o lobo caminha com as patas mais afiadas

Respiro fundo enquanto mudanças

Físicas e psicologias

Acontecem de modo ritmado

Gigantescas arvores caíram em caminhos que seguia

Viajo agora, novamente como antes, em meio a floresta

Espero encontrar sorrisos que valham a pena

Que possa abracar e me sentir seguro

E fazer sentir seguro

Lido melhor com os arames de aço que prendem minhas asas

Que na hora certa conseguirão estoura-los

Esta amálgama viva que alterna entre seres

Que preciso ser para sobreviver

E enfim viver

Como o sol que ascende aos céus de manha

Os caminhos novos se abrem nas clareiras que crio

Com minha confiável lâmina, companheira constante

Vamos ver ate onde me levarei

Seja caminhando sozinho

Ou com alguém interessado por essa trilha que deixo

Para poder caminhar ao meu lado

Edu Campagnolo
Enviado por Edu Campagnolo em 26/03/2017
Código do texto: T5952765
Classificação de conteúdo: seguro