MINHAS MÃOS
Quem são elas?
Mãos que deslizam e estacionam...
Trazem o bem e o mal; acariciam e afagam...
Mãos que traduzem o sentido do que sou e como estou;
São elas que levam ao outro o amor e também a dor.
Por elas surgem a vida, quando aparam o nascer...
Sufocam também até morrer.
Nelas estão o complemento na extremidade, dedos;
Por um toque ou compressão o alivio ou a morte.
Mãos que falam, calam, soltam ou seguram...
Com elas eu sei quem sou!
São sim; as minhas mãos.
Deslizam em meus cabelos, corpo inteiro;
Limpo ou sujo, são as mãos a me tocar...
Com elas retiro as lágrimas que surgem,
Lavam meu corpo a cada canto onde possa alcançar...
Me esfolia, me toca, me sacia, me delicia e me leva onde só eu quero estar...
Mãos ignoradas, sujas ou lavadas; as vezes questionadas.
Traduzem um dizer e o sentir.
Mãos; são sim as minhas mãos;
Por alguns ditas alheias, quando invade...
Socorrem e não são notadas; as vezes ditas: abençoadas...
Acionam o mundo; dão partida, fazem seguir...
Param o mundo a sua e a minha volta...
Aquecem e esfriam como um grito...
Delatam o que vem aqui dentro ainda que ninguém perceba.
Nelas estão o meu carinho, meu sentimento mais profundo...
O Amor ou a Dor.
Expressada ou calada; seca ou suada.
Minhas mãos...
Converso com elas e ou ouço o som que traduzem.
Por minhas mãos estão a vida e a morte;
Mesmo com ou sem sorte;
Um simples toque de amor.
Sem elas, não sou nada ou quem sabe nunca fui.
Com elas eu recebo; mas por elas posso dá...
Nem me percebo o valor de quem eu sou;
Porque o valor está no que por elas eu dou.
Em minhas mãos estão meus olhos, meus sentidos...
Ninguém percebe que tem o meu querer,
Mas o meu dar...
Mãos que se estendem a outras a dá e a receber...
Mãos que choram quando nelas escorrem...
Escorrem por entre os dedos aquilo que a palma não pôde segurar...
Minhas mãos que apontam o que ficou e o que não pode segurar...
No mais são...
Apenas; Minhas Mãos!
Mestre Wilton