Pausa
O dia está tão cinza lá fora
Não sinto mais calor nem frio
Estranha sensação se aflora
Cabeça pesada, pensamentos à mil
O sol já encoberto
Deixa mais perceptível o vento gelado
Fecho os olhos, me mantenho isolado
Passo a observar detalhes por perto
O vento que passa por entre os edifícios
Encontra barreiras, poucos espaços
Faz um grande assobio
E segue adiante sem ser incomodado
Logo chegam as trovoadas
O grave ecoa longe ao tremer o chão
O escuro tem seu segundo de clarão
Assusta pessoas distraídas e desavisadas
A chuva forte logo vem
Entre o choque de seus pingos
Choca meus pensamentos de tristeza
Logo vão desapontamentos e frustrações sobre a mesa
E as soluções esperadas não vão vindo
Mas as trovoadas silenciam
A tempestade cessa
Tudo se acalma
É isso que interessa