Um Sacrifício ao Capitalismo
Correm sacrifícios diários da massa, em massa
E também nos microcosmos das instituições, ruas, lares e por todo ar!
Pois do/pelo todo, a parte diz, e é dita: se editam!
Mas sobre um vamos cantar:
Que Perseu é este?! (Por Poseidon?! Não, seu deus é outro!)
Ao invés de libertar, em grilhões
Acorrenta Andrômeda para seu Cetus “heróico”
Petrificando o hoje à pretensão de se escudar nos virtuais bilhões.
Da anti-vida individual e coletiva
O ego e sua prole - para-só-”eu”-mesmo
Ganhou peso, altura e fome de monstro ao capricho de suas Nereidas
E a intersubjetividade… Ah, essa se sintomatiza no esmo!
As coisas baixas dos homens
Capitalismo a institucionalizar!
Legalizou a perversão
De dispensar o amar…
E o peito de Andrômeda é esmagado
Seu estômago queima… Sua espera seria dispensável?!
Nas presas da traição contra sua humanidade
Oh! Que sua esperança não seja inflamável!
Em pedaços, a belíssima esboça perdão e compreensão
Para com o amado que mais ama o Capital
Ser-com-o-outro é resgate mútuo, pois o herói pouparia o amor que o tocaria
Contudo, foge ao script que para o coração seria “natural”.
Pobres são os escassos de ideal e sentimento
Ricos aqueles que persistem, apesar
Das correntes, ondas violentas, bafo feroz e dentes dilacerantes do dia a dia
Segue, porém, Andrômeda a cantar:
“Não sou a única mastigada pela besta do Mar de Perseu - não é o Egeu!
Dou as mãos para os que também esperam
Das suas lutas, realidade mais sublime de amanhã
Fruto do hoje onde tudo se esmeram!”
A princesa pelo poema pensou
Que o sacrifício que exige o Capitalismo, dando a alguns vida macia
“É mitológico - um mito!”
Para os que enxergam pela lente da meritocracia.