LUZ e ESCURIDÃO

Luz e escuridão seus opostos não são... não são!

São apenas faces de uma mesma veste que se entretecem na magia das cores e cujos pincéis-açoites fustigam a tela de tão trágicas e belas aquarelas.

Cores da escuridão tão justa, pura, imparcial.

Uma vez nela, somos todos iguais.

Onde não há nada de tão perceptível que possa nos diferenciar, mas tão só nos igualar.

Essa escuridão amiga que muitas vezes nos abriga.

Deveras a luz nem sempre revela o que a escuridão nos revela.

Na escuridão e no silêncio da noite, pensamentos e emoções ficam mais claros e nos trazem a luz do entendimento nos livrando do tormento da dor e do esquecimento.

Quando o manto da noite escura desvenda a luz ofuscante do dia, há tanta magia, tanta magia que em nós se refugia...

Negro é luz, negro é dia nesta luz que se irradia refratária e fugidia.

Entusiasmo e inspiração que animam a criação a despeito da agonia e da expiação de brutal perseguição.

Numa verve explosiva que transborda a mente e nos traz a poesia.

Na síntese das cores, no caos e na harmonia, num arco íris de matizes que remontam às raízes de tão magníficos e fantásticos seres astrais por demais magistrais.

Nossos memoráveis ancestrais!

A luz e a escuridão inimigos não são. São apenas as faces de uma só mão.

Mãos que nos conectam ao mundo em questão.

Estenda a mão!

Estenda a mão!

Libertem-nos da escravidão, da corrente e do vergão!

Pois que enquanto, na face desta terra, houver um único ser destituído de sua liberdade por sua cor e diversidade, não seremos livres.

Mas acima da liberdade está a verdade e por ela abrimos mão desta preciosa condição.

Se não que a verdade é Libertadora... sempre nos liberta. Sempre vencedora.