RIO DE SANGUE

Neste Rio que devora anjos e demônios.

Nesta correnteza ávida e feroz que não se furta em poupar nenhum de nós.

Nesta lâmina em brasa abrindo profundas feridas rasgadas, cortadas, transfixadas em vis projetis covardes ardis.

Dilacerações, mutilações, ensinam duras sofridas lições, neste rio vermelho de sangue viscoso desonroso, nada brioso.

Guerra de guerrilhas, de mil armadilhas.

Não há heróis, apenas vítimas em cada um de nós.

Nos sentimos tão sós, nesta multidão veloz.

Patíbulo atroz.

Nesta apodrecida política de podres poderes que não representam nossos anseios nem a nossa voz.

Legião de condenados encarcerados a espera do algoz.

Ramiro Jarbas

23.06.2017