A Minha Rima

A minha rima aparece do nada,

Espontânea tal como a fome,

Comendo palavras fumadas,

Num poema de um pão enorme.

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É uma trinca atrás da outra,

Deglutindo sem mastigar,

Com versos nos cantos da boca,

Ficando até secar.

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Uma baba espessa de letras,

Que escorre lentamente,

Como doce de amoras pretas

Num pote de um dia quente.

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Escrever é sentir fome,

No estômago um ronco voraz,

Comer com uma vontade enorme,

Poemas de frente para trás.

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Cristina Ivens Duarte-13/07/2017

Cristina Ivens Duarte
Enviado por Cristina Ivens Duarte em 13/07/2017
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