Esquinas

Nas esquinas o vai e vem dos automóveis.

Os amores são desiguais nos corpos iguais.

Prostitutas choram e rezam.

Agradecem o movimento.

Os olhos circulam.

Espalha-se o cheiro dos bandidos

e o suor dos rapazes de aluguel.

Não há poeira.

A chuva levou longe o desamparo

dos mendigos nas marquises

dos velhos sobrados.

O mercado do amor é violento.

- Quanto custa uma companhia?

deslizam cigarros e narcóticos.

O ar cinza do tempo,

sufoca lágrimas.

A tristeza passa.

Esquecem hora da flor.

Amanhã o dia será mais calmo e claro.

Espero mais uma noite na tarde de abril.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 24/08/2017
Código do texto: T6093250
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