Gárgulas e monocromáticos

Eles nem sempre foram assim

Já foram normais como eu e você

Mas as dificuldades tiraram-lhes as vidas

E a morte apagaram-lhes as cores

Roubando-lhes os amores

E assim criaram as dores

E as dores

Petrificaram-lhes os corações

Estátuas onde os pés nascem flores

Queriam que das cinza nascerem amores

Queriam voltar-lhes a viver

Mas sem coração posso sofrer?

No escuro nao posso ver

E no claro se faz transparecer

Em dias chuvosos ira se desvanecer

Apenas na aurora poderei ver

O que no crepusculo ira se abster

Se muito quer, nao se deixe abater

Os monocromaticos sao como as gargulas

Perderam toda dor e romantismo

Transfigurados em expressões apáticas

Quando o galo cantar

Ao nascer do luar

Elas virao se levantar

Mas sera se sao felizes?

Há felicidade em nao viver a vida?

Há felicidade em perder as cores

Viver o daltonismo monocromatico

Petrificado e estatico

Queria sentir o aroma das flores!

O inverno congelou meu coração

Esfriou nossa paixão

Desencadeou o fim da ilusão

Onde atitudes faziam alusão

De um romance que terminou sem um nao

Espero que isso mude no verão

Preso aos telhados vendo o mundo e o tempo passar

Mas sem agir ou lutar, somente a observar

Servindo apenas para a agua escoar

Serao lagrimas a rolar

Gárgulas sem alma estão lá

Sera um lembrete para salvar?

A luz transita pela janela

Ha flores na aboboda

No jardim uma donzela

Com os cabelos cor de abobora

Que centilavam outrora

Assim como a luz la fora

Preso num mundo sem cor

Sera se um dia voltara a sentir amor

E essa donzela ficara no jardim

Com uma dor em seu coração sem fim

Por ter perdido alguém em uma fase ruim

Sera se ela se entregara a dor?

Por que temos que conhecer o amor

E se queimar com o seu calor

Para depois sofrer com a dor

E ver seu mundo perder a cor

Poderiamos plantar uma flor

Para ver se das cinzas ressurgira esse amor

Guilherme Henrique (Henry)
Enviado por Guilherme Henrique (Henry) em 04/09/2017
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