AMANHÃ

Guarda essa nesga

De queixume,

Nêga.

Banzo não nega choro.

Afasta daquela lama

A cara amassada por muxoxos.

O peito arfando.

Doído desgosto.

Tortura a boca,

Cala a Paixão,

E quando a fraqueza voltar

Aprende a urrar “Não!”.

Amansa os cabelos,

Revolta o coração,

Afias as unhas,

E parte, toma teu quinhão.

Dança feito criança,

Ruge como trovão,

Ribomba qual tambor,

Faz da tua vida, ação.

Acorda para a lida,

Por que a isso resume-se a vida

De quem menos tem guarida,

E recusa-se ser vencida.

Gustavo Marinho
Enviado por Gustavo Marinho em 06/09/2017
Código do texto: T6106728
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