LOBO SOLITÁRIO

Olhos vermelhos em lágrimas
Feito choro triste de solidão
Uivando sob o clarão da lua
Uma silhueta, lua cheia, escura

Cabeça erguida grita
Olhos ao chão que chora
Lágrimas gotejam emoções
Rios entre pedras de ilusões

Em sonhos entre amigos, partilhados
Pelos campos soltos sem pecados
Mesmo que as vezes rosnasse entre dentes
Em instantes corríamos contentes

O tempo cruelmente nos fez crescer
Desejos se perderam no caminho
Em pegadas apagadas pelos ventos
que habitam os meus pensamentos

As cicatrizes das batalhas, permanecem.
Dói, vez em quando, em noite triste.
O rosnar não se perde mais num instante
Somos agora, velhos, teimosos e intolerantes.

Restando, em lua cheia, ao monte subir
Onde, longe apenas sombra, a lua prateada
Uivando lamentos em calvário
Martírio de um lobo solitário.