O Tempo
Para uns, tranquilizante,
Para outros como um fardo.
Inexorável, nauseante,
Muitas vezes claudicante,
Outras tantas como um dardo
Flexível em um instante,
Rijo e forte em tudo o mais.
Faz tremer o navegante
Ou qualquer cambaleante,
Ao soprar seus temporais.
Aos amigos, favorável,
Ao amor sorte ou azar.
Quando machuca é deplorável,
Até mesmo detestável.
À quem cura, é como um lar.
Todos estão sob o seu manto,
Como a pipa erguida ao vento.
A uns dá histórias de encanto,
A outros tece o seu pranto
A cada um: seu próprio alento.
Às vezes custa a passar,
Ninguém entende o seu intento.
Se é pra ferir ou pra curar,
Pra redimir ou condenar,
Ou o TEMPO é apenas... desatento..