Carta para mim I
O sofrimento é inerente ao ser humano,
Mas ver qualquer pessoa sofrer nos dói
Faz aquela dor parecer ser nossa também
E é tão difícil ir mais além.
O que eu estou fazendo comigo?
Pedaços de mim estão orbitando o meu corpo.
Eu nunca quis prejudicar ninguém
Sempre tentei viver sem ser notado.
Eu não cobro de você e nem de ninguém
Eu tenho só que saber onde eu quero trilhar
Ter um lugar para repousar
Ser discreto, mas não ser discreto para mim mesmo.
Eu não sei lidar com muitas coisas
E uma delas é comigo.
Que bondade é essa que dizem que eu tenho?
Como se mede esse desempenho?
Eu não sei muito o que falar
Eu tento me equilibrar,
Mas parece que a minha vida será longe desse equilíbrio
E eu viverei com esse eterno zumbido
E eu não sei se tenho medo ou coragem
Se tive medo ou coragem.
Amar é inerente ao ser humano,
E agora será que vou viver a me abdicar ?
Terei que me escravizar ao teatro do amor?
Quando que vamos viver sem a dor?
Eu reclamo de tudo
Tenho meu tom de desânimo
Que desanima os outros
Que faz lágrimas brotarem
Será que sou o pior dos homens?
Será que trilho o caminho da paz?
Eu só queria descansar
E talvez eu esteja querendo descansar em qualquer lugar.
Eu tento me encontrar nesse quarto escuro
Procuro um abrigo seguro
Nunca fui mudo
Mas para você nunca precisei da fala para me expressar