Carta para mim IV
Aqueles de poucas memória devem viver melhor
Porque eu lembro de tudo que falei e de tudo que eu ouvi
Não tem vantagem nenhuma nisso tudo
É só mais carga que se acumula nas minhas malas.
Tantas nuvens na minha frente
Tantas coisas impedindo uma visão clara
Eu ando duvidando de tudo
Eu não sei o que sobra para mim.
E quando eu olho para você continua a acontecer a mesma coisa.
Nada retrocedeu
Mas tantos dias eu queria que você fosse somente uma desconhecida que invadiu algum sonho qualquer.
Mas para o nosso desespero você não sabe o tamanho da força que têm.
Eu queria ser o vento que balança seus cabelos
Sem rosto, sem sentimentos
Estaria ali só para refrescá-la num dia quente,
Mas sou pessoa e aqui estou.
Se ver pequeno, dependente e sem muitas forças
É algo duro demais para quem se achava o contrário.
Necessitar de cuidado é duro demais para quem vive para cuidar dos outros.