Desde que

Desde que a dor é a dor

É quente o ardor

Dum coração que num instante

Foi substituído por um amante

O poeta sofre calado

Na calada da noite

E no âmago do inconsciente

Borbulham dúvidas frequentes

Existem erros que nos cobrem

Exauridos de outras pessoas

Erros vindos de outrem

Que nos derrubam de nossas canoas

Dizem que o tempo é remédio

Cura os males e ódios

Mas e se de repente

O mesmo já não faz efeito?