o fim do túnel
elas objeto
eles por decreto, soldados
e nós inúmeros? somos números
que crescem não contados
na vitória
apenas a escória
daqueles que ganham em cima de nossas carcaças
grite
lute
faças
por ti, por elas, por ele
por nós
que em nós nos emaranhamos
nos estranhamos
e controlados
nos pomos uns contra os outros
quando na verdade
feitos de bobos, bufos
burros
domados pela soma
não enxergamos
o que os paralamas
já nos apontavam
Há uma luz no túnel.
Dos desesperados.
Há um cais de porto.
Pra quem precisa chegar.
Estamos todos na lanterna dos afogados
afogados em uma areia movediça
um tempo corrompido e acelerado
nos fazendo acreditar incapacitados
pois fomos treinados
a nos odiar
fomos treinados
a exaltar aqueles
que nada nos espelha
nada nos assemelha
e muito pelo contrário
só pisa em cima
das nossas carcaças
cansadas pelo trabalho diário
e por mais desgastados
temos que continuar intactos
aceitando a migalha nossa de cada dia
a ameaça nossa de casa dia
agradecendo o pagamento
porque o sistema corre
e o capital rotação
se não seguir a regras
será próximo a voar
pela janela de demissão.