o fim do túnel

elas objeto

eles por decreto, soldados

e nós inúmeros? somos números

que crescem não contados

na vitória

apenas a escória

daqueles que ganham em cima de nossas carcaças

grite

lute

faças

por ti, por elas, por ele

por nós

que em nós nos emaranhamos

nos estranhamos

e controlados

nos pomos uns contra os outros

quando na verdade

feitos de bobos, bufos

burros

domados pela soma

não enxergamos

o que os paralamas

já nos apontavam

Há uma luz no túnel.

Dos desesperados.

Há um cais de porto.

Pra quem precisa chegar.

Estamos todos na lanterna dos afogados

afogados em uma areia movediça

um tempo corrompido e acelerado

nos fazendo acreditar incapacitados

pois fomos treinados

a nos odiar

fomos treinados

a exaltar aqueles

que nada nos espelha

nada nos assemelha

e muito pelo contrário

só pisa em cima

das nossas carcaças

cansadas pelo trabalho diário

e por mais desgastados

temos que continuar intactos

aceitando a migalha nossa de cada dia

a ameaça nossa de casa dia

agradecendo o pagamento

porque o sistema corre

e o capital rotação

se não seguir a regras

será próximo a voar

pela janela de demissão.

Maria Rodrigues
Enviado por Maria Rodrigues em 26/12/2017
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