Minha mente metamorfose
é bom dar de cara com a nossa fraqueza
se embolando como um casal de jiboias
seu eu e o seu mal se gladiando
num prisma quase que psicodélico
numa linha controvérsia de auto-conhecimento
coragem amarga é o seu sustento.
minha mente metamorfose
minha vontade antes fosse
estar pendurado num parapeito
de ponta cabeça para o espaço
solto mas preso no entrelaço
das luzes das estrelas no encalço
de capturar aquele único momento
nada mais triste que o desperdício de sofrimento
engolir a seco todo esse vento
que sopra forte contra o meu cais.
aprender a engolir espinhos
é a lição mais dolorosamente necessária
esses espinhos que não cortam a traqueia
mas pontiagudos destroçam a alma
sangue-sugas sugam sangue de amor
venenosos expelem toxinas de dor
nefastos afiam o seu suor
misturam felicidade com desespero
e o resultado é um limbo de horror.