ZOMBAR DE MIM E DE VOCÊ

Ser que é que fica que não passa desta beira subindo a ladeira que não acaba e que cabe nesta sua barba molhada desta baba que escorre ao invés da íngreme rua escura sombria noite fria sentimento que não aquece que não enobrece esse vazio que não me esquece que empobrece sentimentos confusos não cessa essa perplexa imagem sua e de nós mesmos que não cabe na realidade impiedosa do desgaste do amor e da vontade do prazer que não sacia a vontade que nos invade onde a rotina nos ensina a esquecer o sofrer e a buscar outro querer ou sabe-se lá o que pode ser meu sofrer seu sofrer resgatar o prazer ou não ser e deixar simplesmente de ser esquecer o viver zombar de mim e de você e

por que deixar essa dor entrar tão forte em você se temos tanto mais a viver melhor esquecer deixar ser o que tem que ser inevitável acontecer amanhecer anoitecer embalando o meu ser o teu ser o querer que ainda persiste em acontecer se você deixar e não  abandonar o amor o viver buscar a fé e a razão de reviver e recriar o prazer.

Ramiro Jarbas

Curitiba, 23.01.2018