O FREVO DO MEU CARNAVAL: CARNAVAL QUE PASSOU.
Mal tinha chegado janeiro e já estavas mascarado.
Não te puno.
Nesse carnaval dancei contigo uma valsinha.
Nesse frevo macabro fiquei descompassada de agonia.
Dançando, aperta-me com força a cintura
Querendo me sufocar e respirei melhor.
Deitei-me no teu peito inquisidor.
Apertava-me a mão e me colocava pra dançar com bandolins.
Bandolins não me queriam, pois estava mascarada.
Máscara de riso e roupa medieval.
Roupa comprida cobrindo meus pés
Escondia minha libido.
Nessa infame dança via toda a corte
Em hipócrita sintonia com a nossa marchinha.
Mas como a festividade passou...
Por favor, rasga toda a fantasia.
Fiques nu perante um espelho.
Veja a tua cara sem expressão ou riso.
Veja a verdade em vergonhosa feiúra:
Que no teu peito esquerdo repousa as minhas iniciais.