SOU

Escrevo com toda a força que há em mim. Porque sim, sou forte, completa, capaz, humana e mulher.

Sou tudo de errado que há no mundo e sou boa.

Sou fogo, chama que arde no dia, ilumina a noite e se apaga sem despedida.

Sou a maré alta, a onda que leva para os remotos do mar e chega a areia calma. Molho teus pés e vou embora com úmida alma.

Sou o vento que faz o balançar dos cabelos ser objeto de comtemplo e ao mesmo sou o sol que aquece e queima.

Sou um corpo real, de carne e osso. Um corpo com marcas de uma vida que vem sendo vivida; Um corpo que muitas vezes me dói mas que também me ensina que habitar nele é também aprender a respeita-lo , com ardor ama-lo, vive-lo e usa-lo como forma de resistência. Como revolução.

Sou o amor que quero hoje e nunca quis.

Sou o recomeço, os tropeços dispersos e avessos de uma vida que cobra muito e pouco dá.

Sou o muito, o pouco e sou tudo aquilo que me cabe, me serve a alma e dá voz á vida. Vida essa que tem e me perde, constantemente.

Tenho a mim em cada esmero instante do meu existir, sou lar da minha existência pacata e agitada. Entre laços e abraços, vivo em silenciosas brigas sobre o que ser e como ser, mas como já dizia Clarice, JÁ QUE SOU, O JEITO É SER.

E sou, me sou, te sou se eu quiser que assim eu seja, eu sou.