CHUVA DE CAROÇO

Que venha o risco
Entre o riso e o espanto,
Que corra o pranto
Em busca da liberdade.

Que desague a chuva
Na aba do meu chapéu.

Vendo as grossas gotas
Esparsas pelo chão,
Não farei alvoroço,
Não temerei o chuvisco,
Não correrei do chuvaréu,
Nem da chuva de caroço.

A liberdade é um grito,
Um lenço, um guizo
Que carrego no pescoço.

(Imagem: web)