Os dois destinos.

Ela acordou com a chuva; viúva...

Dois meninos em suas mãos.;

Lava o rosto, a alma, acalma...

A rua, o perigo, o ponto,

Lotação, assédio, cuidado;

Na vida da viúva todo dia é dia de chuva.

Labuta é luta, é rotina de mãe...

O falecido não morreu não,

Foi apenas dentro do peito,

Um jeito mulher de esquecer a dor.

O abandono leva as noites de sono,

porém, os dois destinos levam ao amor.

Olhares, lugares, outros destinos...

O tempo fechado da noite

Nem parece escuro;

É o labor que clareia os seus sonhos;

A tarde cai como uma luva

Com a sua tez de mulher viúva...

A volta pra casa, os sonhos que vagueiam,

Calçadas, alamedas, anseios...

Dois destinos que esperam alegres...

Motivos que suportam as dores,

Que regam os amores e os carinhos;

Uma vez no ninho,

Café com leite, manteiga no pão...

Respira o mundo bem fundo e diz: "ele não".

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 27/09/2018
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