Os dois destinos.
Ela acordou com a chuva; viúva...
Dois meninos em suas mãos.;
Lava o rosto, a alma, acalma...
A rua, o perigo, o ponto,
Lotação, assédio, cuidado;
Na vida da viúva todo dia é dia de chuva.
Labuta é luta, é rotina de mãe...
O falecido não morreu não,
Foi apenas dentro do peito,
Um jeito mulher de esquecer a dor.
O abandono leva as noites de sono,
porém, os dois destinos levam ao amor.
Olhares, lugares, outros destinos...
O tempo fechado da noite
Nem parece escuro;
É o labor que clareia os seus sonhos;
A tarde cai como uma luva
Com a sua tez de mulher viúva...
A volta pra casa, os sonhos que vagueiam,
Calçadas, alamedas, anseios...
Dois destinos que esperam alegres...
Motivos que suportam as dores,
Que regam os amores e os carinhos;
Uma vez no ninho,
Café com leite, manteiga no pão...
Respira o mundo bem fundo e diz: "ele não".