Arrancaram-me tudo, mas eu lutei

Primeiro vieram os portugueses, arrancaram-me o ouro

Depois vieram os americanos e europeus, arrancaram-me as terras

Depois vieram os políticos, arrancaram-me a democracia

E assim vieram os homens, arrancaram-me os direitos

Depois veio a morte, arrancou-me a vida.

Mas antes de sumir eu gritei! gritei! gritei!

Para que minhas palavras lutassem

Para que meus versos chocassem

E arrancassem de vos a vontade de lutar.

Arrancaram-me tudo, menos a luta.

Arrancaram meu corpo, meu útero, meus seios

Cortaram-me o pescoço para que muda eu permanecesse

Covardemente tiros vieram em minha direção

Tiros de ódio, tiros sórdidos de raiva

Queriam me derrubar, queriam me arrancar do cenário social

Tiros vieram de todos os lados

Arrancaram-me tudo, menos a vontade de lutar

Meu escudo foi mais forte

Minha arma a mais limpa: Poesia! Poesia! Poesia!

Arrancaram-me a arte

Morreu um poema dentro de mim.

Mas a vontade de lutar... não jaz.

Rafaela Romero
Enviado por Rafaela Romero em 02/10/2018
Reeditado em 21/06/2019
Código do texto: T6465956
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