Ensaio sobre a vileza
Vida que segue.
O desatino é o levantar a cada manhã.
Procurei ser eu mesmo
Mas me perdi em sonhos e desejos
E a misericórdia gloriosa do destino
Cantando vantagem roga aos céus
Que eu não sou o divino que mereço.
Quem eu sou, eu mesmo me esqueço
Fui lembrado por outros que eu
Que me achava digno de pena
Tão vil quanto um inseto
Tão descartável quanto um copo de plástico
Era apenas um ser humano;
Fui lembrado por outros
E não por mim mesmo.
É o que acontece quando bate
O desespero
E o mundo está cheio de desesperados
Não só os que se acham menor
Mas ainda pior, os que se acham melhor
Que todos os outros.
Talvez a vileza do mundo, seja a falta de amor
Talvez não e descobririamos vileza no amor
Talvez a vileza, seja um caso a parte sem solução
Assim como uma doença crônica que leva a morte.
Mas escorregar nessa sujeira cotidianamente
É um tanto desagradável.
E deixar sujeira por aí, é ainda mais.
Vileza não é um resíduo reciclável
E pode destruir a natureza de uma pessoa.
Somos seres pensantes
Sabemos sobre o certo e o errado
O negócio é que cada quer está mais certo
"Meu certo, é o certo universal".
Uma certeza que perdura
Quando o diabo deu a razão a essas mulas
Se arrastou do paraíso
Para até hoje cantar vitória.