GÁRGULAS

Vejo gárgulas

Sobre a catedral

Não se sabe o querem

De onde vieram

Se são bons, se são maus.

Me pergunto o por que

Nem todos se assustam?

Não é a cegueira

Que não nos deixa ver.

E nem a coragem

Que sobrepõe o medo.

Anestesiados estamos,

Distantes do agora

Esquecendo que só a morte é imortal.

Enclausurados ficamos,

Insensíveis ao outro

E cada vez mais próximos do final.

João de Castro (Jão)
Enviado por João de Castro (Jão) em 24/03/2020
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