Sábado, 4/4/2020
Chuvas de março em 2020
Antonio Feitosa dos Santos 

Março do corona vírus,
Não mais das chuvas costumeiras,
Do refúgio no sacro lar,
Sonhando com a água em corredeiras,

É a minha saudade matadeira,
Que no meu peito vem doer,
Como a muito tempo eu não sentia,
A certeza é não poder retroceder.

Não estou a maldizer,
Mas sinto-me como um trancafiado,
Quando das chuvas de março,
Saia tão somente, para ficar molhado.

Jururu nesse canto acabrunhado,
Mesmo que, no nosso lar benfazejo,
Quero uma poça d’água nos pés,
Para saciar o meu desejo.

Olho pro céu num lampejo,
Rogo ao senhor onipotente,
Afastais de nós esse cálice,
Pois não é nenhum presente.

Sei que, ainda não estou demente,
Traz a chuva de março, minha paixão,
Varra da terra esse COVID,
Aplacai com amor, a ira do meu coração.

Postado por Antonio Feitosa dos Santos
Em 4/4/2020 às 17h54 

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