OS INVISÍVEIS

Achegou-se a ele como um velho amigo

Que lhe envolvia em seu tão frio abraço

Sorria-me, tão indubitavelmente bela

Deixando repousar em si, o seu cansaço

Sentia dores, como se penitencia fossem

Revirava o lixo e contemplava vitrines

E tão inversível diante dos olhos alheios

Orava! Oh, Deus! Que este dia termine!

São tantos sons, em um mundo tão doente

Que abafavam seus gritos de forma voraz

E tão silenciado pela indiferença alheia

Sua vida é a dor, dos que seguem sem paz

Tremia tanto, tão magro e tão faminto

Se a dias não via, o banquete sagrado

Bebia sempre água na fonte da praça

Se perguntando se era por azar ou pecado

E de repente, fez-se um amplo silencio

E as tempestades por fim cessaram-se

O frio tão sentido, enfim, terminou

A fome acabou e os olhos fecharam-se.

POETA URBANO
Enviado por POETA URBANO em 10/05/2020
Código do texto: T6943621
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