Não sei quanto tempo a pessoa precisa viver

até compreender que as horas mais importantes

decisivas e preciosas de sua vida

foram passadas a sós consigo mesma.

Em minha trincheira, sozinho e armado

até onde os dentes aceitam arreios, sigo firme

ferido e estatelado. Vejo o que as pessoas

querem, escuto o que dizem e analiso o que pensam

minha sensatez nunca teve picos everésticos

e a fronteira em minha mente sempre esteve

à borda da casca de ervilha: preto no branco. 8 ou 80.

Nunca pretendi ir tão longe de casa, embora sempre

saísse agasalhado, o sereno sempre foi uma sombra

sobre minha cabeça e a lua nunca derramou sobre mim

o brilho laivo de sua bênção. Conheci meu caminho

à medida dos meus passos, não houve surpresa.

As pedras estavam lá e o meio do caminho

sempre esteve congestionado, não houve surpresa.

A vida não costuma entregar mais do que promete.