Vou me aconchegar no arvoredo de um poema

Vou me aconchegar no arvoredo de um poema

- meu doce quebra-galhos -,

pisar nas folhas secas,

ouvir velhos amigos

dizendo o que há de bom,

pegar no pé da sombra

um livro de Drummond,

e então vou escrever minha felicidade

numa fotografia,

sem data definida,

sem hora nem lugar,

pra quando ao abrir do instante

for imaginar o tempo

alguém que aqui passar,

verá bem mais o sorriso

em vez desse desaviso

se calo ao querer contar.