Eterno aprendiz.

O que é a vida senão um eterno recomeçar?

Um eterno renascer de teus escombros?

Viver é equilibrar-se dolorosamente entre

Razão e emoção,

Tentando entender tantos Desacontecimentos

Que acontecem entre o nascer e o morrer

Aliás, morrer de que meu Senhor?

Faz alguma diferença entre o bem e o mal

Se eu não sambei no carnaval

Nem chorei no funeral?

Tende dó de nós por favor,

Que já não suportamos tanta dor

Vagando qual zumbis

Pela vida mal vivida,

Mal amada,

Mal consumida

Eu não quero a comida

Eu não quero a bebida

Eu não quero consumir

Nem coisas nem pessoas

Só lutei buscando a minha essência

E eu estava lá

Por vezes distraída

Contudo sempre atenta a todo o mal

Que ronda o mundo, meu Deus,

Que lambe as botas do soldado,

E o chinelo do vagabundo,

Tentando do mal me proteger,

Criando escudos com lágrimas coloridas

Nos meus lápis de cor

Vomitando no computador verdades não ditas

Porque não seriam entendidas,

Pelos que têm ouvidos moucos

E fogem de si como do diabo na cruz

Imitando avestruz

Colocando no rosto a máscara adequada

Para encobrir a dor disfarçada.

E apesar de tudo, alguns, poucos,

Recomeçam todo o dia, toda a hora, minuto a minuto

Porque viver sem olhar para dentro de si

Significa morrer.

Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 03/12/2020
Código do texto: T7126655
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