Quem então será?

É a força impetuosa química

Ou seja lá o que for

Que pesa sobre a mente

E desfalece o corpo

É uma bigorna nos ombros

Pesando muito mais do que aparenta

Grudada na pele

Uma ferida aberta sem motivo

Com álcool gotejando na carne

Nada ajuda, só arde mais

Um desejo de mais nada

E que o nada venha logo e acabe

Contanto que essa dor pare

E por dor, nem sei se é

Mas o sofrimento tá aí

Ninguém vê, e de fato nem quer

Quem quer problema?

Quem quer se importar à tal ponto?

Quem de fato quer chorar junto?

Quem perderá para outro ganhar?

Nesses tempos em que o amor esfriou

Trocou-se amor pela empatia

Confundiu-se os sentimentos

O altruísmo será cobrado depois, pode escrever.

Quem ainda se dá, ainda que se perca?

Quem ainda se dá, sem ganho algum?

Quem ainda amará para diminuir a dor do outro

Ainda que traga para si, dor?

Quem não confunde mais o que é e o que tem?

Quem chora com o que chora, ao invés de se comparar?

Quem quer ser amparo e suporte, ao invés de tolerar?

Quem chorará quando for necessário para que outro sorria?

Somos um mundo de coletivos individualistas

E não um coletivo social diverso.

Quem ousará ter esperança de encontrar alguém?

E quem terá coragem de ser esse alguém?

Felipe Dcarlos
Enviado por Felipe Dcarlos em 21/01/2021
Código do texto: T7165022
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