SEM ENDEREÇO

Você tá do lado dos fortes

E defende com unhas e dentes

Os que tanto abusam da sorte

Ignora a saúde e os doentes

Eu não vejo um comentário sequer

Sobre quem tem seus direitos logrados

Pra você é apenas mais um que quer

Viver às custas do que lhe é tirado

Sim, você que posa de burgues

E de pingente vai encarar o patrão

Que só lhe trata tal reles pequinês

A lhe rosnar feito pastor alemão

Mas é no bar que você dá as cartas

Quando divide o copo com os amigos

E mata a sede de quem cata suas latas

Em cada gole exalta : Deixa comigo!

Pois é amigo, tem dias que a vida

Fica zangada e nos dá uma rasteira

Tira o prazer de tudo e faz da bebida

O amargo doce na boca vez primeira

E é ai que o coração entra em ação

Pra te mostrar o mal que você plantou

Dignidade por apertos de mão

Irás sentir na pele o mal que causou

Até que você vomite aos quatro cantos

Clame justiça e levante multidões

Sendo por uns, um só a fazer por tantos

A conviver entre flores e canhões

A sua história irá virar do avesso

Radio, TV, Praças, Jornais e Revistas

E até o dia do seu novo recomeço

Irás ouvir... VAGABUNDO COMUNISTA!!!

Então, em sua peregrinação

Dará valor a um aperto de mão

petronio paes frança
Enviado por petronio paes frança em 07/02/2021
Reeditado em 30/03/2021
Código do texto: T7179063
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