ARREBOL

Sobre um por do sol.

E sobre o sol se por.

E a gente se por,

Não no lugar do sol,

Mas sob o sol

A admirar o seu adormecer.

E nos sentir

Nem minúsculo ou maiúsculo.

Mas do tamanho

Que realmente somos.

E crer, num ser maior,

Que se faz presente

No crepúsculo,

No arrebol...

Num por do sol.

E supor, não

Hipoteticamente,

Que o sol irá se por.

Mas certa e – claramente,

“Ele voltará amanhã,

Mais uma vez.”

E novamente,

Irá se por.