(não é o mero, repugnante, abolicionismo penal que aqui é cantado)
- tenho em mim teus erros
vejo em ti o que acerto
da Humanidade6
enxergo o apelo
vivo quando por
essa régua meço
bem mais leve fico
aceito e até sigo
com a carga e o mérito
a mim reservados
choro, rio - é válido
ser um rei sem séquito
primeira lição
confraternizar
segunda lição
contemporizar
terceira lição
amar tudo o que há
mas, ei, calma lá,
considerar é,
antes, necessário:
sendo o mal a ausência
do bem, logo o mal
é nosso espantalho
- que bobo, que truísmo
não há ensinamento
é, antes, instinto
negar bem ao mal
mas, ei, calma lá
penso assim no próximo
comparando-o a mim
se erros a princípio
merecem as pedras
quem pode a primeira
atirar? "Há festa,
vi do mal indício"
como conciliar
esse sentimento
que causa tormento
com a nossa espécie
(que erra mas aprende)
ter de comungar?
aqui* dividimos
para ter um mínimo
para ter com que
começar. é válido
fazer do que é ínfimo
liame inquebrantável
e é até saudável
- vou mais a dizer -
é indispensável
refletir, concluir,
perceber a injúria
da ânsia para julgar
- mas, ei, calma lá
contextualizar
é antes necessário
falo da violência
que não é banal:
é bem ao contrário
- de novo: é um truísmo
não há ensinamento
é, antes, instinto
punir ao que é mal.
falo do pesar
que há em fazê-lo
até com maior zelo6
do que olhar p'ra si -
pois somente assim
por introspecção
há como medir
da justiça a mão
mas, ei, calma lá
penso assim no próximo
também como um fim
como um sócio, um óbice
para ver destroços
com olhos sem lágrimas
em resumo, prático:
aposto na prática
de evitar ser sádico
ao punir; na máxima
"p'ra poder ser juiz
conviver é tácito"