O ÁGAPE DOS SEMIDEUSES
Na cidade da creme,
sentenças e oblações...
A basílica se eclipsa,
entre os três arbítrios,
e bendiz ao ágape,
sortido e ostentoso
dos fetiches da pólis.
Os heróis aldrabões
comandando a função
da mais fina benesse,
por anos a fio,
no platô permissivo
das combinações.
E a praça a celebrar
a permanente endrômina
da tríplice quimera,
que povoa o entorno.
Dissolutos compulsivos,
o paço dos pícaros,
o concílio dos púnicos,
o sínodo dos tunantes.
E... sucede essa messe,
aversa a parcimônia,
de pleno enfartamento,
dos padronizadores,
dos perpetradores,
dos abalizadores.
Instâncias reinantes,
ao suplício dos néscios,
a quem não resta azo,
a quem não resta aceno,
para o basto bórdio,
a quem vai o tributo,
órfão de aclamação,
tragadores das montas,
fiéis amparadores
da grande patuscada,
fitos do descaso
do ímpeto resoluto.
E os finórios se atulham,
sem ponderação,
sem frugalidade,
sem remordimento
e sem vicissitudes.
Impõe-se a reinação
da gran magnificência.
Aos rapaces, a opulência,
aos castos, o dispêndio,
entre cânones e pérolas.
E essa é a regência!
E esse é o concerto!
É a legitimidade,
nesse esplêndido ágape!
A íntegra aos mariolas.
A gueta aos jornaleiros,
logrados, comprazendo,
desde a pessessão,
para todo o sempre.
Messias, 18.04.2021