Poema igual

O poeta, enterrado o osso, não encontra.

As casas são iguais

no breu da noite;

os poemas são iguais

no tronco do eucalipto.

À poda, o pé de pinho afina, lhe cai a franja, fica igual o outro pinho, pouco verde, mofino, sente como que quebra um galho a vida. "Mas cresce logo, Pinho!", diz otimista o Poste de Alumínio.

O leitor que não sabemos,

e se encontra em visita ao nosso gorro,

é feito o fundo do mar.

Os trens de ferro são iguais

olhados dos postais.

Os quartos ofertados à hora de partir, iguais.

Me contam igual as lâmpadas.

Tudo é tão igual.

Quem é que sabe o vento principal?