Intrusa

Em um mundo que não reconheço,

Por um tempo ao qual não pertenço,

Vou vagando como uma intrusa,

Sendo revirada pelo avesso.

Que mundo é este, que se me apresenta,

Que desagrega e desordena,

Que me faz parecer tão pequena,

Que traz tristeza em vez de alento?

Um mundo onde não há quase nada,

Que não traga seu peso em dinheiro,

Onde a palavra fere mais que veneno,

Onde a justiça está maculada?

Onde o presente é apenas o meio

De construir o amanhã tão sonhado,

Olvidando-se o que está desenhado,

Que é o hoje que tem valor verdadeiro?

Mas minha voz rebenta e protesta,

E não permite que eu aceite o que vejo,

Transporta-me num breve lampejo

Para uma vida que desabrocha sem pressa.

Busco agora por alguma quimera,

Este anseio que me arrebata,

Desassossego que me torna insensata,

Alvoroço que em minh´alma impera.

Rosiane Maria
Enviado por Rosiane Maria em 19/08/2021
Reeditado em 22/08/2021
Código do texto: T7324270
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