OBSERVAÇÕES DO EU
Busco o sol
Pois sei que sempre que os raios de luz atravessam a cortina das manhas
Meu espírito renova-se, guiado pelas mãos do vento
Abrindo em mim uma vontade de estar vivo
Como se eu fosse um pássaro desperto, urbano e habitual
A encher o vazio das almas, com seu canto soturno
Sou assim, renovável como a vida!
Deixo-me levar pelos ventos cambiantes da realidade tormentosa
Altero meu plano de voo sempre que preciso
Porque na verdade talvez não tenha nenhum plano
Minha alma é dispersa e leve como as borboletas
Saída dos véus finos das incertezas
Dançando sobre uma planície de vidro
Que reflete a vontade descontrolada de me ver como sou
Para pessoas como eu não há destinos precisos nem rotas viáveis
Caminho pelas sensações do dia que habito
Enquanto, torvelinhos se formam ao longe no mar do coração
Observado somente pelos olhos estranhos das videntes.