Desamparo.

Desamparo,

Não paro,

Amparo sou.

.

Caminhante cansado da luta

Injusta,

Remendo de mim,

Ainda colho forças

Das ervas daninhas deste jardim

Que enroscam em minhas pernas,

- encosto –

.

Quase caio, quase vacilo,

Mas continuo o caminhar agora insano

Porque de resto eu sou o dano

Indefinido e indelével

.

Por existir eu profano

Doces palavras, mentiras gentis

Dos ímpios, dos humanos caprichos.

Sou vicio,

Lixo

.

Sou o resto da dignidade

Que grita por humanidade

Nos desérticos sentimentos,

Nos gritos e lamentos.

Soltos na imensidão de vidas vazias

De sentido.

Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 06/10/2021
Código do texto: T7358015
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