Paz e Segurança

Olhou para a vida, assim, meio ressabiado,

Tempestades, porradas, pauladas de todos os lados,

Injustiça a milhão.

Fiquei olhando-o, de dentro mesmo,

O que sentia, como reagia,

Queria entender, já tinha ouvido falar dele.

Nem ligou.

Seguiu assobiando, sorridente, brincando com os seus

Agradecendo o que tinha.

Tinha quase nada,

Tomava-lhe o nada que ainda tinha.

O sacodi. Gritei. Berrei:

“Reage, infeliz!”.

Mas ele nem se moveu,

Pareceu nem me ver, não me perceber.

Mas com certeza percebia toda aquela dor

Só não se abalava por ela,

Parecia calmo, seguro,

Muito bem ancorado na Rocha,

Parecia ter sua casa, e seu coração,

Construídos num bom Refúgio,

E era tudo aquilo mesmo.

Não entendia, mas gostei do que vi,

Era paz,

Que não se move pela guerra,

Mesmo guerreando.

Ela felicidade,

Que não se move pelas circunstâncias,

Mesmo em meio ao caos.

Tem princípios, fundamentos,

Paz, felicidade, casa segura,

E se ancora lá.

Marta Almeida: 05/01/22