O Corte

Num corte, vou podar a vaidade

Sentado no divã, vou vomitar em cartase

Cada crime confessado

Expresso em verdade

Destruindo paradigmas

Entre a cruz e a espada

Vou cortando no fio da navalha

Delineando novos caminhos

Numa luta traçada

A cada corte, uma negação

Abandono do pecado

Em cada entrega

Revelado em confissão

Cisma, sem retorno ao passado

Imagens abandonadas de um lixo biográfico

Um novo passo

Firme em procissão

Em cada cena, uma lembrança

Em cada corte, um engano

Em cada poda, em sangria

A verdade

Em modelo franciscano

Em cada vida, uma esperança

Em cada sonho, uma missão

Vou cortar, limitar, vou destruir

Recomeçar uma vida nova

E assim, fazer a remissão.

Amaury Júnior
Enviado por Amaury Júnior em 19/05/2022
Código do texto: T7519556
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