SEM FLORES

Quando eu morrer

Não quero coroas,

Elogios póstumos

E nenhum buquê.

Os sentidos

Não vibrarão

Mais em mim.

Jazerei

Sem razões

Para flores,

Perfumes

E lamentos

Dos amores.

Não terei mais arbítrio

Sobre o bem e o mal,

Reinarei como pó

No silêncio mineral.

Mas caso queira

Homenagear-me

De verdade,

Peço-te um sarau poético.

A poesia é lâmina afiada

Que sempre transver

As complexas realidades.

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 29/05/2023
Reeditado em 19/05/2024
Código do texto: T7800496
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