DEPOIS DO DEPOIS

A pureza do mistério

com o seu olhar soslaio

nos espreita

a cada instante

e impugna

nossas certezas.

A finitude é o aguilhão

da nossa existência.

Lá no fim,

Depois do depois,

o frio “por que?”

sucumbirá

diante da beleza

da rosa.

O sentido das coisas

está prenhe de vazios

e repleto do nada.

“Os vazios são maiores

e até infinitos”,

e se confessam

à poesia.

(Urutu, Tarsila do Amaral, 1928)

Rosalvo Abreu
Enviado por Rosalvo Abreu em 21/08/2023
Código do texto: T7866451
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