Mar
Nunca te lançaste
ao mar de nossa
mutua ausência,
Nem nunca
avistei ao longe
o perfil diáfano
de teu corpo
de sereia,
Nunca
nas areias que margeiam minha solidão
teus pés
de fada deixaram vestígio,
Na procela
adivinhada nem em sussurros ouvi
teu grito abafado;
Foram inúteis
todos os barcos,
Todas as correntes,
Todas as ânsias e sextantes,
Todos os mergulhos
tentados ou não,
Não foi suficiente o sol abrasador
da praia mítica
do encontro e da chuva anunciadora
da paixão,
Teu coração
se manteve perdido entre alísios intoleráveis,
E entre ondas quebradas em mim
e nunca recuperadas,
No cais inútil fiquei,
abraçado a brisa
da tua presença.