Mo(r)te

 

Na lombada de um livro

percebi que sobrevivo

apesar de triste mo(r)te.

 

Ao bem entender do crivo

que se impõe quando me privo

e se cala quando lhe sirvo

há algo no fim do po(r)te?

 

No(r)te: o vento nas rosas

não espera a rosa dos ventos

pois que lhe urgem os momentos

de coexistência amorosa.

 

Em silêncio, a reviravolta:

envolto em asas revoltas,

o poeta conquista a Lua

bem antes que chegue à rua

em que o esperam, tristes, as rosas.