Camarim

E quando o palhaço entrava

No centro do picadeiro

A plateia delirava...

Todo o público aplaudia,

A criançada gritava,

Era muita euforia!

Ele era, afinal,

Um artista fenomenal

Ninguém mais e ninguém menos

Que o Palhaço Alegria,

Com todo o seu talento,

Com toda a sua magia.

Ao ver tamanha energia

Que do circo emergia

O Palhaço Alegria

Alegre também se via.

A tristeza em seu peito,

Esta era apenas sua,

Guardava-a muito bem,

Não contava pra ninguém.

E após aplausos sem fim

Lá atrás, no camarim,

O palhaço meditava:

“Sei que a arte imita a vida...

Mas que bom também seria,

No tocante à minha parte,

Se ao menos algum dia

A vida imitasse a arte.”