Meu Sertão
No calor de uma terra rachada
Vem a colheita da esperança
Que vira comida para a moçada
Que acalenta o choro da criança
Do Padim Ciço vem o mote
Com toda fé e esperança
O sertanejo e a sua temperança
Pede água da cacimba no pote
Oramos firmes numa Ave Maria
Tem novena de nossa Senhora
Se vive o hoje, o ontem e o agora
Nunca deixamos de ter alegria
Passam os dias, nada está perdido
A seca impiedosa carrega as vidas
O amor não morre nas expectativas
No mundo atroz sem nenhum sentido
Muitos fogem de uma vida estéril
Outros morrem pela falta de sorte
A Asa Branca voa pr’outro hemisfério
Quem fica encara o castigo da morte
Beatas louvam a Deus em oração
Aguardam o grande milagre do povo
A cura de um sorriso tem salvação
"Esperam as chuvas caírem de novo"
Imagem da Internet