Meu Sertão

 

No calor de uma terra rachada

Vem a colheita da esperança

Que vira comida para a moçada

Que acalenta o choro da criança

 

Do Padim Ciço vem o mote

Com toda fé e esperança

O sertanejo e a sua temperança

Pede água da cacimba no pote

 

Oramos firmes numa Ave Maria

Tem novena de nossa Senhora

Se vive o hoje, o ontem e o agora

Nunca deixamos de ter alegria

 

Passam os dias, nada está perdido

A seca impiedosa carrega as vidas

O amor não morre nas expectativas

No mundo atroz sem nenhum sentido

 

Muitos fogem de uma vida estéril

Outros morrem pela falta de sorte

A Asa Branca voa pr’outro hemisfério

Quem fica encara o castigo da morte

 

Beatas louvam a Deus em oração

Aguardam o grande milagre do povo

A cura de um sorriso tem salvação

"Esperam as chuvas caírem de novo"

 

Imagem da Internet

 


 

Zédio Alvarez
Enviado por Zédio Alvarez em 30/12/2023
Reeditado em 30/12/2023
Código do texto: T7965011
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