O Morto

O morto não tinha nome,

Somente um crachá

De escravo.

Ele não tinha vida,

Suas amarras fugazes eram

Tudo que lhe pertencia.

Seria apenas um morto

Fadado a vida?

Ele já não existia,

Roupas velhas

jogadas no passado,

Deixadas para trás

Assim como a chance

De ter sido algo,

Mas agora

Estará destinado

À eterna desolação,

Pois o morto não passa

De um humilde cidadão.