BEIRA MAR - CONFUSÃO

Eu me sinto como se fosse um hospedeiro

De vários insetos alados voando.

Borboletas raivosas, zangões verdadeiros

Na beira do estômago se atropelando.

Formigas põe ovos ou acasalando

Não tenho certeza se vou aguentar.

Dess’ inconsistência me ponho a zarpar

Por ondas do meu pensamento confuso

Espero encontrar por fim meu parafuso

Pois tudo se encontra na beira do mar.

É na beira do mar…

Na beira do mar!

Interpreto as ondas no meu oceano

Com’um tsunami tão descontrolado.

Arrastando as praias, destruindo os planos

Par’o vasto açude impreciso e inflado.

Diversas criaturas, Tipos variados

Baleias que cospem o fogo a queimar.

Num aquário compacto a se acumular

Tão denso distorce o espaço e o tempo.

Forte a gravidade, é o meu contratempo.

Preciso escapar pela beira do mar.

Pela beira do mar…

Na beira do mar!

Mas enquanto houver vida, eu sigo tentando

Escapar do buraco mais negro do espaço.

O buraco da mente onde quase afundando

Eu sigo subindo com a força do braço.

‘inda mesmo distante, sigo passo a passo

Pro topo do poço poder alcançar.

E os insetos nocivos poder vomitar

Lançá-los pra longe, para o submundo.

E realizar meu desejo profundo:

Marcar nossos nomes na beira do mar.

Bem na beira do mar…

Na beira do mar!